Há exatamente um ano atrás a
polêmica e poderosa rede de varejo online americana Amazon, anunciava que iria
iniciar a veda de livros físicos no Brasil, após um longo período trabalhando
somente com as vendas de seu e-reader Kindle e com um amplo catálogo de livros
digitais.
Na época o sempre em crise
mercado editorial quase entrou em colapso. Não, não aconteceu nada de especial
para que um enorme pânico se estabelecesse entre livreiros e editores
nacionais. Alegando que a empresa iria usar de com concorrência desleal para destruir
o mercado interno livreiros, editores, políticos, especialistas e mais meia
dúzia de interessados proclamaram o fim dos livros no Brasil caso nada fosse
feito a respeito. Um ano depois, se somarmos todas as ações feitas para sanar o
problema temos um total de zero, e nunca se vendeu tantos livros como se vende
hoje, mesmo em época de crise.
Comparar o movimento de salvação
do mercado livreiro, que se originou quando da chegada da amazon e tinha como
principal bandeira o tal do Preço Único, com as ações tomadas por esse grupo ao
longo desse primeiro ano de operações da Amazon me obriga a reforçar a opinião
que sempre tive a respeito desse comércio, que é de suma importância para a
população.Penso que ninguém dá a mínima
para ele e só estão mesmo interessados em aumentarem os lucros imediatos, sem
pensar no futuro ou na estabilização e no crescimento da massa consumidora de
livros.
Quando se sentiram ameaçados,
tentaram aprovar o preço único quase que na marra. As tentativas envolviam
especialistas estrangeiros apresentando dados de como isso funcionou na Europa,
mas que seletivamente ignoravam as diferenças entre os mercados dos países
europeus e o brasileiro. Além disso, uma mini campanha foi feita em diversas
mídias para convencer o consumidor que com essa medida o preço dos livros iriam
cair, algo surreal de se afirmar uma vez que nunca caíram, seja por iniciativa
própria ou por força da concorrência, tornando o Brasil um dos países onde o
livro é mais caro no mundo.
Outro fato que mostrar o desespero em não perder o que se ganha hoje sem se importar com o amanha é que, um ano depois, a Saraiva ainda detém 25% de todas as vendas de livros do país e o submarino continua oferecendo promoções excelentes, jogando os preços no chão e fazendo justamente o que acusaram a Amazon equivocadamente e apressadamente. Porém ninguém está pedindo a cabeça desses dois gigantes, ninguém questiona e ninguém se importa, o importante é que tudo ficou como está e é assim que todos nesse ramo gostam de trabalhar.
Fica claro que toda a movimentação em torno do projeto não passou de chororô e acomodação. Livreiros e editores continuam sem investir em marketing, continuam tratando seus consumidores de forma duvidosa, continuam produzindo obras com acabamento duvidoso e continuam com os preços altos, mesmo quando todo mundo já sabe que o custo final de um livro varia entre 5 reais e 10 reais caso seja totalmente produzido pela própria editora.
Outro fato que mostrar o desespero em não perder o que se ganha hoje sem se importar com o amanha é que, um ano depois, a Saraiva ainda detém 25% de todas as vendas de livros do país e o submarino continua oferecendo promoções excelentes, jogando os preços no chão e fazendo justamente o que acusaram a Amazon equivocadamente e apressadamente. Porém ninguém está pedindo a cabeça desses dois gigantes, ninguém questiona e ninguém se importa, o importante é que tudo ficou como está e é assim que todos nesse ramo gostam de trabalhar.
Deputado Marcelo Almeida Comenta o Projeto do Preço Único (2010).
Fica claro que toda a movimentação em torno do projeto não passou de chororô e acomodação. Livreiros e editores continuam sem investir em marketing, continuam tratando seus consumidores de forma duvidosa, continuam produzindo obras com acabamento duvidoso e continuam com os preços altos, mesmo quando todo mundo já sabe que o custo final de um livro varia entre 5 reais e 10 reais caso seja totalmente produzido pela própria editora.
Essa estagnação do mercado como
um todo é sentida pelos consumidores que adotam qualquer novidade com um amor muitas vezes dirigido somente aos rockstars e pagam o preço exigido pela novidade. Esse é o caso por
exemplo, da Dark Side Books, que investe em acabamento primoroso, comunicação
exclusiva com parceiros e consumidores e acima de tudo obras novas, com histórias
interessantes que ignoram o que é considerado padrão. Mas salvo pela jovem
editora de terror, inovação não parece ser algo com o que esse nicho do
empresariado saiba lidar.
O preço único ainda tramita para
aprovação no congresso e pode ser aprovado um dia, mas me parece que nem de
longe irá ter os efeitos que se esperam dele, pelo contrário, um possível
aumento no preço ou a simples fixação dele nos preços atuais, sem descontos,
teria efeito contrário ao esperado. Sem inovação é impossível atrair novos
leitores e é disso que esse mercado precisa. Precisa de uma maior penetração,
aumentar a gama de leitores e de consumidores, criar um mercado estável e
amplo. Seus esforços deveriam estar focados nisso. Em tornar um Brasil uma pátria
de leitores, em fazer com que toda criança leia ao menos um livro por mês, em
facilitar o acesso à leitura nas periferias, em promover a leitura e investir
na divulgação. Se ganha menos agora para ganhar mais o futuro. Se fizerem
direitinho, nesse futuro não teremos mais medo de que nossos livros sejam
comidos por um bicho-papão invasor.
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