Sinopse:
O jovem Fitz é o filho
bastardo do nobre Príncipe Cavalaria e foi criado pelo cocheiro de seu pai, à
sombra da corte real. Ele é tratado como um penetra por todos na realeza, com
exceção do Rei Sagaz, que faz com que ele seja secretamente treinado na arte
do assassinato. Porque nas veias de Fitz corre a mágica do Talento e o
conhecimento obscuro de um garoto criado em um estábulo, entre cães, e
rejeitado por sua família. Quando assaltantes bárbaros invadem a costa, Fitz
está se tornando um homem. Logo ele enfrentará sua primeira missão, perigosa
e que despedaçará sua alma. E embora alguns o vejam como uma ameaça ao trono,
ele pode ser a chave para a sobrevivência do reino.
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A história gira em torno de Fitz. Um garoto que é
tirado de sua mãe e entregue ao palácio dos seis Ducados pelo seu avô, que
não queria mais criar o bastardo do príncipe Cavalaria. Uma coisa que é bem
bacana na história é que os personagens, devido a alguns rituais e costumes
antigos, têm os nomes de suas personalidades. Isso ajuda e muito a montar o
perfil de cada personagem importante antes mesmo de conhece-lo e foi algo bem
interessante para a dinâmica da história. O príncipe Cavalaria tem, por
exemplo, dois irmãos, um chamado Majestoso e outro chamado Veracidade. Mesmo
que eu não entre em detalhes sobre cada um deles você já consegue imaginar
que um é dado a futilidades e a imagem, enquanto o outro é integro e
verdadeiro em suas ações.
Voltando a linha da história, Fitz é deixado aos
cuidados de Bronco, Mestre dos Estábulos de Cavalaria e seu homem de
confiança. O jovem garoto jamais viria a conhecer seu pai, que assim que
recebe a noticia de que deixou um bastardo neste mundo se isola em terras
distantes do reino, para a proteção deste e principalmente de Fitz, que
poderia sofrer inúmeras represálias por parte da nobreza caso fosse
reconhecido pelo seu pai, que por sinal era casado com uma mulher estéril, o
que complicaria ainda mais afinal o bastardo se tornaria sucessor direto ao
trono.
Fitz cresce então a margem de sua família e da
sociedade. Porém a família real tem o dom de manipular e acessar o Talento,
uma espécie de magia no universo criado pela autora que por enquanto vimos
apenas como uma forma de comunicação à distância, mas que fica implícito que
terá um papel muito maior. O Talento parece ser forte no rapaz que também é
designado pelo rei, seu avô, para ser treinado como assassino real por Breu,
um bastardo do próprio rei e que sempre foi o responsável pelo serviço sujo
deste. Além disso, Fitz também possui a manha, uma forma especial de se
comunicar com animais, o que vai lhe causar alguns poucos momentos de alegria
como muitos outros de profunda tristeza.
Enquanto acompanhamos a evolução de Ftiz de
bastardo esquecido a promissor
personagem nas tramas do reino, também acompanhamos o drama dos seis ducados
(como se fossem seis reinos unidos pela bandeira do Rei Sagaz e sua família)
na luta contra Os Navios Vermelhos e a
forma como eles roubam toda a personalidade das pessoas devolvendo-as as
vilas praticamente como zumbis violentos e incontroláveis. A guerra parece
iminente, ou melhor, a derrota parece iminente uma vez que o reino é incapaz
de controlar e contra-atacar os assaltantes.
São muitos os detalhes que ocorrem na história. É
um universo grande onde diversos eventos ocorrem ao mesmo tempo e se eu for
comentar demais vou acabar dando spoilers, então me basta dizer que Fitz
claramente tem um papel especial, assim como toda a família real e o talento,
mas neste primeiro livro é tudo meio que uma introdução a história e poucas
linhas evoluem de forma satisfatória, nos obrigando a ler o segundo livro
para mais detalhes. Porém tudo que esse primeiro livro revela e nos conta é o
suficiente para querermos continuar com a série.
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O que mais gostei na história foi a riqueza de
detalhes e a profundidade com que a autora nos apresenta o universo do livro
e seus personagens. Sem comparações, mas é bom encontrar livros que se
importem com isso assim como ocorre em O Senhor dos Anéis e Game of Thrones.
Os personagens, todos eles, até mesmo os vilões, também são um bom
diferencial.
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Achei que a autora podia ter se aprofundado mais
no talento. É visível que este é importante para a sequencia da serie, mas
terminamos sem saber muito sobre ele, o que é bastante frustrante,
principalmente os parcos avanços de Fitz no estudo deste. Também fica mal
explicado como os Navios Vermelhos conseguem atacar com tanto sucesso. É uma
das poucas coisas que foi meio forçada pois, no mundo real, em um cenário
meio medieval, ninguém teria tanto sucesso, nem mesmo se usasse de magia.
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Booktrailer criado por fãs.
Trechinhos:
“A minha vida tem sido uma
teia de segredos, segredos estes que mesmo agora são perigosos de
compartilhar. Deverei colocá-los neste fino papel para fazer deles apenas
chamas e cinzas? Talvez.”
“O frio me consumia, e eu
tropeçava e escorregava no caminho gelado, mas algo em Bronco me proibia de
choramingar ou implorar piedade.”
“Lembro-me de ser acordado
do sono pela agitação do cachorro e pela luz amarela de uma lanterna erguida
à minha frente. Dois homens inclinavam-se sobre mim, mas, atrás deles, Bronco
permanecia imóvel, e não senti nenhum receio.”
“O mar estava frio, a noite
era negra e, se eu tivesse alguma noção teria desejado estar em outro lugar,
mas há algo num garoto que o faz pegar o mundanamente difícil e desagradável
e transformá-lo num desafio pessoal e numa aventura.”
“Não, tem razão. Veracidade não faz a mínima
ideia da razão por que você vai. Mas seu rei, sim. Ele e eu conversamos sobre
isso. Está pronto para começar a retribuir aquilo que ele fez por você? Está
pronto para começar o seu serviço para a família?”
“- Não há muito na cabeça de um homem – disse-me
– que não possa ser curado com trabalho e a responsabilidade de cuidara de
alguma coisa.”
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Conclusão:
Depois que terminei o livro
descobri como estava carente de uma boa história. Não que eu não goste das
que estão fazendo sucesso por ai, sou fã de jogos vorazes e Divergente, mas
sentia falta de algo mais completo, uma história com mais corpo, que me
obrigasse a pensar sobre a vida dos personagens e sobre como funciona o
universo do livro. Desde Game of Thrones não havia lido algo que me desse
essa sensação, por isso irei concordar com Martin. O Aprendiz de Assassino é
de fato um pequeno diamante em um mar de brilhantes. Esperar para que a série
continue brilhando assim até o final.
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Autora: Robin Hobb
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Livro: O Aprendiz de
Assassino (Assassin’s Apprentice)
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Editora: Leya (Bantam
Spectra)
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Ano: 2013 (1995)
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Páginas: 416
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