Sinopse:
Na África ancestral, Orunmilá, o
maior adivinho de todos os tempos, não entende por que seus instrumentos se
calaram. Nos dias atuais, um jovem jornalista se aventura pelas ruas de São
Paulo, tentando fugir de uma missão que não deveria ser sua. No primeiro
livro da série Deuses de dois mundos, Ogum, Xangô, Oxóssi e Oxum se unem a
gente do nosso tempo para resgatar os 16 príncipes do destino, numa narrativa
que preserva toda a sensualidade e violência original dos mitos africanos dos
orixás.
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A originalidade e a construção da
história, principalmente na parte dos guerreiros foi o que mais me agradou.
Foi algo totalmente diferente do que estou acostumado e após passar a estranheza
inicial, me senti totalmente a vontade com os novos Deuses e seres poderosos
que ainda não conhecia. Todos esses personagens são fantásticos, cada um a
sua maneira e após ver o booktrailer ficou fácil criar uma imagem mental de
cada um.
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Agora falando em personagens, O
protagonista é o ponto fraco do livro. Vi muitas criticas falando sobre
machismo, egocentrismo e homofobia, porém tudo isso é uma grande besteira
sobre pessoas que tendem a julgar demais, cada uma por seus próprios motivos,
afinal acusar um personagem de machismo ou homofobia é meio sem sentido,
afinal é um personagem e ele tem de ser como o autor entende que deve ser,
como imaginou na sua cabeça. O problema do Newton é que ele é fraco. Se
queixa demais e suas narrativas são sempre meio enroladas, sem ir direto ao
ponto e ele é extremamente mimado, se aborrece se as coisas não são como
quer. Mas vamos acompanhar a evolução dele no livro dois antes de exigir o
morte do pobre coitado.
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Trechinhos:
“Há tempos as Iá Mi tentavam impor
suas vontades e tomar o poder dos orixás. Embora fossem muito poderosas,
nunca haviam conseguido executar um plano capaz de colocá-las realmente a
frente do mundo. Mas, desta vez, pareciam ter tomado o controle do mundo dos
vivos, que os Iorumbás chamavam de Aiê.”
“Quando ouço essa conversa cheia de
culpas, sempre me pergunto: como pode ser errado se permitir algum prazer, se
isso não significa necessariamente que alguma outra pessoa será prejudicada?”
“- Eu nunca errei um alvo. Pois essa
flecha acertará o coração do maldito ladrão que roubou a primeira codorna que
cacei com Orumnmilá. Adeus. Espero revê-los um dia.”
“- O que pensa que faz? Que pode me
seduzir depois me tratar como qualquer um que se derrete diante de seus
encantos? Como se fosse um fraco? Eu sou Ogum, um guerreiro forjado pelo
ferro. E não vou admitir que uma mulher faça pouco de mim. Já cortei muitas
cabeças por menos!”
“Ogum havia se esquecido da lição
que ele mesmo ensinara ao irmão: ‘Silencio é a melhor arma do caçador. E
surpresa, a melhor armadilha para a presa.’”
“Quando o último grão de poeira
cedeu, uma mulher olhava-o com respeito. Ela era bonita. Não trazia joias nem
enfeites. Apenas o cabelo delicadamente trançado jogado às costas. Empunhava
escudo e lança como uma guerreira, mas seu olhar era, acima de tudo,
maternal.”
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Conclusão:
Já disse ai em cima que achei o
livro excelente e que valeu a pena a leitura. Tem seus defeitos, mas que
podem muito bem fazer parte do contexto ou sumir nos próximos livros(o new
por exemplo), então não tem muito porque comentar agora. Só posso dizer que
atendeu as expectativas, me aproximou de nossa cultura e me apresentou um
pouquinho mais sobre uma religião que sei muito pouco ou quase nada. Uma
fantasia que não perde em nada para as gringas que infestam nossas livrarias.
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Autor: PJ
Pereira
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Livro: O Livro
do Silêncio
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Editora:
Da Boa Prosa (Livros de Safra)
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Ano: 2014
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Páginas: 261
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