Sinopse:
Quando Miranda começa a
escrever um diário, sua vida é como a de qualquer adolescente de 16 anos:
família, amigos, garotos e escola. Suas principais preocupações são os
trabalhos extras que os professores passaram tudo por causa de um meteoro que
está a caminho da Lua.
Ela não entende a
importância do acontecimento; afinal, os cientistas afirmam que a colisão
será pequena. Mas, mesmo assim, acredita que esse será um evento interessante
a se observar, com binóculo, do quintal de casa.
Para surpresa de todos, o
impacto da colisão é bem maior do que o esperado, e isso altera de modo
catastrófico o clima do planeta. Terremotos assolam os continentes, tsunamis
arrasam os litorais e vulcões entram em erupção. Em 24 horas, milhões de
pessoas estão mortas e, com a Lua fora de órbita, muitas outras mortes são
previstas. Os supermercados ficam sem comida, e Miranda e sua família
precisam, então, lutar pela sobrevivência em um mundo devastado, onde até a
água se torna artigo de luxo.
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Começamos acompanhando
Miranda alguns dias antes de um evento importante acontecer. Um asteroide vai
atingir a Lua e todos querem assistir ao grande evento, afinal todos os
maiores astrólogos do mundo garantiram não haver risco e que a queda no
máximo vai deixar nosso satélite com mais um buraco. Eles estavam enganados,
muito enganados.
Uma mudança na rota lunar
vai causar um verdadeiro caos na terra. Logo após os primeiros meses da
catastrofe a situação começa a ficar desesperadora. Conforme vamos
acompanhando a protagonista em seu diário, vemos como cada personagem vai
encarar a nova realidade de suas vidas. Também vemos de forma muito sensível
e verdadeira, como uma adolescente de 16 anos consegue encarar uma situação
tão absurda como o suposto fim do mundo, assim como sua mãe e seus irmãos.
O autor desenvolveu muito
bem todos os envolvidos na história, mesmo sendo todos eles retratados pela
pessoa da protagonista. A história é forte e não há dramas forçados,
conseguimos imaginar os personagens realmente vivendo assim caso uma situação
dessas acontecesse de verdade e isso é um dos pontos altos do livro.
Este não é um livro baseado
no sensacionalismo ou em passagens fortes cheias de ação. Este é um livro que
trata principalmente do ser humano e de como somos capazes de nos adaptar e,
principalmente, de como somos capazes de tudo para sobreviver.
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A história não é original,
mas adorei como a autora resolveu contá-la. Ao usar o diário da protagonista
como base para a história, ganhamos muito na riqueza de sentimentos e
emoções de todos os personagens. Adorei isso e é claro, apesar de termo
várias obras parecidas na sua idéia, esse jamais será um tema batido e a
concepção, usando a Lua, foi uma novidade não só agradável mas que também
fornece respaldo cientifico à história.
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Não gostei por sabermos
muito pouco do mundo exterior. Na maior parte do tempo vamos acompanhar a
familia de Miranda lutando para sobreviver e isso foi legal, mas faltou
inserir mais informações sobre o resto do mundo pois a idéia da catastrofe é
interessante e ficamos curiosos para saber mais.
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Trechinhos:
“Por um momento, pensei em
todas as pessoas ao longo da história que viram o cometa Halley e que não
sabiam o que ele era, apenas estava lá, causando medo e sendo incrível.
Durante um milésimo de segundo, eu poderia ter sido uma garota de 16 anos na
Idade Média, ou asteca, ou apache, olhando para o céu e admirando seus
mistérios. Durante aquele minúsculo instante, eu fui todas as garotas de 16
anos da história, sem saaber o que os céus previam para meu futuro.”
“Papai disse que a
quantidade que acharmos suficiente de madeira nunca será demais e que
precisaremos de ainda mais. Também falou que o melhor que ele pode fazer
enquanto estiver por aqui é cortar lenha. Avisou que não podemos guardá-la do
lado de fora e nem mesmo ao lado da casa.
- Tudo terá desaparecido até
outubro – disse ele. – Nada está seguro.”
“Sei que ele me considera
uma pessoa de sorte por não ter sido “afetada” por tudo o que aconteceu. E
sei que é mesquinho pensar de outro modo. Mas imagino se o horror de saber
que alguém que você ama morreu é pior que o desgaste diário de estar vivo.”
“Para a grande pesagem,
tirei os sapatos e o casaco. De acordo com a balança, eu e minha roupas
pesamos 43 kg.
Não acho que estou tão ruim
assim. Ninguém morre de fome pesando 43 kg.”
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Conclusão:
Muito se
falou desse livro antes de seu lançamento e ele faz jus a todos os elogios. É
um sci-fi poderoso e recheado de todos os elementos que tornam este gênero
fantástico e agradável. Sem apelar para uma distopia comum, algo que vende e
está na moda, Susan Beth escreveu um livro que resgata o prazer em imaginar
como seria se nossas vidas, por algum motivo, mudasse abruptamente. Um livro
excelente que já me convenceu a comprar toda a série. Recomendo aos fãs do
gênero.
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Autor: Susan Beth Pfeffer
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Livro: A Vida Como Ela Era
(Life As We Knew It)
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Editora: Bertrand Brasil (Harcourt
Children's Books)
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Ano: 2014 (2006)
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Páginas: 378
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