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Resenha (61) - Saga de Bravos

Saga de Bravos

Sinopse:
Saga de Bravos traz para você uma incrível história envolvendo três personagens principais, cujas vidas se encontram entrelaçadas há mais de 2000 anos, desde a época de Jesus Cristo. Um triângulo amoroso, onde dois homens, dois imortais, caminham na Terra disputando o amor de uma incrível e improvável mulher, que sempre renasce e vive dividida e impossibilitada de ficar com o seu eleito, numa busca incessante, frenética e misteriosa. Esses dois homens estão condenados a cavalgar juntos até o Armagedom, mas têm uma visão antagônica sobre a Humanidade - de um lado, Templários; do outro, Hassassins. É o sonho de ver a mudança versus o ímpeto de solucionar pela espada. Uma saga épica, com passagens históricas (crucificação de Jesus Cristo, Cruzadas, Cátaros, Corte do Rei Arthur), lugares sagrados, aventura, fantasia, amor, sexo, encontros, desencontros, guerras e paz.



Parte da história se passa na Távola Redonda 
Ler Saga de Bravos foi algo especial. Está entre os melhores livros que li este ano e antes de qualquer coisa, me encheu de orgulho por se tratar de um livro nacional. Recheado de fatos históricos, lugares incomuns, magia, fantasia, romance e sensualidade, se tratando de gêneros, Saga de Bravos é um livro completo. Impossível colocá-lo em uma única categoria na estante, pois transcende o comum e transporta o leitor a uma verdadeira miríade de estilos. E quanto a isso, posso garantir que só serviu para transformar a viagem muito mais prazerosa.

É visível que a autora pesquisou muito, mas muito mesmo antes de começar a história. Dei uma passada no Google procurando alguns dos lugares, fatos e lendas citados no livro e todos batem com algum registro. Não que sejam verdades, apenas digo isso para ressaltar o fato de que a história, apesar de ser uma fantasia, é baseada em fatos e locais reais, como todo bom romance histórico deve ser.

A escrita é de fácil compreensão apesar de tratar de temas que muitos consideram complexos, como religião, política, história e mitos mágicos. No livro, Patrícia nos leva em uma viagem que se inicia há mais de dois mil anos, pouco antes da chegada de Jesus Cristo, mas que ainda refletem e têm significado até os dias de hoje, principalmente para algumas pessoas.


O Judeu Errante
Uma dessas pessoas é Simão, aquele que ajudou o próprio Messias a carregar a cruz e acabou se tornando depois aquele que chamam de Judeu Errante, o imortal que irá acompanhar os fatos da humanidade até os fins dos tempos, quando o apocalipse irá iniciar e todos serão julgados.

Outro personagem presente, também imortal, é Barrabás. O ladrão que foi absolvido no lugar de Cristo e por alguma razão também conseguiu a eternidade e também será obrigado a acompanhar a humanidade até o seu derradeiro fim.

Ambos os homens dividem uma demanda particular e ao mesmo tempo sagrada. A busca e proteção do graal. Porém para Simão, há algo mais importante do que o sagrado, o divino, e por vezes até mesmo Deus. Uma mulher, Ariadne, outrora chamada por muitos nomes, uma maga e feiticeira poderosa e seu primeiro e único amor a mais de 2.000 anos.

Ariadne tem uma forte ligação com Morgana
Le Fay, Avalon e as Brumas.
Durante toda a sua vida, Simão encontrou seu amor em algumas poucas reencarnações e um destes reencontros acontece novamente em 2012. Neste momento, o judeu errante entrega a Ariadne um livro, um livro especial, escrito pela esposa do lendário alquimista Flamell, que na verdade é uma espécie de biografia do próprio Simão.

A partir daí, através de seu poder e da habilidade em receber visões do passado, Ariadne viaja no tempo e acompanha a história de seu amor em sua saga milenar. Uma saga que por vezes se mistura a sua própria, em diversas vidas vividas juntas, enquanto se descobre quem é, o porque de seus dons e principalmente os mistérios do Graal e do sagrado. Enquanto sua compreensão do mundo e do amor se expande, sua missão pouco a pouco passa a ser uma só, encontrar o graal ou outra forma de poder finalmente, viver eternamente ao lado de seu verdadeiro amor.
                                                                                                                            
O que mais gostei no livro foi à maestria com que Patrícia nos transporta pelo tempo. Ela escreveu um romance digno de Bernard Cornwell com o diferencial de utilizar a bíblia e alguns fatos religiosos como simples fatos históricos, porém de forma respeitosa, dando uma cor e uma direção diferente à trama, algo novo que foi muito especial e diferente de se ler.

O final, no que diz respeito a Simão, ficou meio aberto. Não vou comentar detalhes para não dar spoiler mas acho que faltou alguma coisa, leia o livro para entender o que digo rs. Fora isso o livro é impecável.


Trechinhos:

“Apertei o interfone com o coração disparado. Eu já não ia lá havia muito tempo. Desde que decidi virar cantora... Um sonho me avisara para voltar naquela noite. Passava mentalmente as palavras da senha em aramaico, quando uma voz do outro lado me atendeu. Respondi. Um comando interno fez um barulho, e o portão destrancou. Desci as escadas que levavam até o pequeno pátio em frente à porta, a cerca de 5 metros abaixo da calçada.”

“- Não! Ele pertence a você, há coisas que são nossas mesmo sem nunca a termos tocado antes. Eu fui só o entregador. A vida, no fundo, é uma jornada de reencontros, estamos sempre em busca de reencontrar nosso lugar, nossas pessoas, os objetos que nos completam. O que é nosso acaba achando um jeito de voltar para nós.”

“Não Julgais, pois o novo mandamento é amor, o novo templo se chamará templo do Graal, aquele que veio após o templo de Enoch, após o Templo de Salomão e é o Templo do Amor. O amor tudo aceita, tudo entende, fala muitas línguas para ser compreendido por todos, perdoa a tudo e a todos sem julgamento, fala a cada um de acordo com sua compreensão e necessidade.”

“Em 1099, chegaram as portas de Jerusalém e construíram escadas para subir pela muralha. Godofredo subiu conosco ao seu lado. Ao entrarmos pela primeira vez em nossa cidade, depois de tanto tempo, seguimos o caminho de nossas lembranças como fantasmas. Nós nos negamos a ser testemunhas das convincentes mentiras dos homens que, quando querem poder, arrancam a roupa da justiça com a foice da morte.”

“Não sei bem se era visão de paz ou caos, do paraíso ou do inferno, naquele momento da minha vida, ter aquela visão morena, forte, de um metro e oitenta e cinco, olhos esverdeados, braços torneados e abdômen definido vindo na minha direção e mergulhando na piscina. Quase num ato de reflexo, saí da piscina pelo outro lado, enrolei-me na toalha e sentei na margem. Ele riu como um gato prevendo a fuga do rato e me olhou com complacência alegre.”

“Cabell saltou em sua direção, e até hoje há a marca de suas patas nessas pedras na Escócia, para nos lembrar do que o amor incondicional é capaz. A lenda conta: mil vezes foi retirada da pedra, mil vezes a marca voltou. As marcas que o amor e o ódio fazem no tempo são indeléveis...”

Patricia de Luna
Conclusão:
Passear desde a Terra Sagrada até a Europa medieval até terminar no Brasil foi inesquecível. Como disse antes, um dos melhores livros que li esse ano. Saga de Bravos é um romance histórico que não se apega a gêneros literários, sendo indicado a qualquer um que goste de uma boa história.

Autora: Patrícia de Luna
http://www.patriciadeluna.com/
Livro: Saga de Bravos
Editora: Idea
Ano: 2014
Páginas: 480

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