As Crônicas Saxônicas - O Guerreiro Pagão
Sinopse:
Após um incidente envolvendo
um abade, Uhtred, um dos últimos senhores pagãos entre os saxões, se vê
atacado pela Igreja e por seus seguidores. Sem suas terras e com poucos
homens, tudo que lhe resta é colocar um ousado plano em prática: recuperar
Bebbanburg, a fortaleza onde cresceu e que foi tomada por seu tio. Porém, o
que Uhtred não sabe é que sua missão pessoal vai colocá-lo num ardil capaz de
reacender o confronto entre saxões e dinamarqueses, que pode selar de uma vez
por toda o destino da Britânia e de sua rivalidade com Cnut.
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Uhtred está de férias da
guerra. Wessex, Mercia, Anglia Oriental e a Nortúmbia vivem um momento de
relativa paz e a igreja está convencida de que esta paz ira perdurar.
Eduardo, herdeiro do Rei Alfredo e hoje Rei de Wessex está confortável com
essa visão dos padres e contente em poder reinar em suas terras e deixar os
nórdicos com a Anglia e a Nortúmbia, desde que estes o deixem em paz por sua
vez.
Mas os Vikings não ficaram
famosos por se sentarem em suas casas engordando e cuidando das lavouras.
Enquanto todos pensam que nada vai mudar, os principais líderes da invasão
nórdica estão se reunindo em segredo e tramando mais uma guerra, uma grande
batalha decisiva que vai dar todas as ricas terras saxãs para eles. E mais
uma vez Uhtred é o único a perceber o movimento daqueles que são seus
inimigos adorados.
Em descrédito, sem terras e
sem nome após uma tentativa frustrada de arrancar seu filho do cristianismo,
Uhtred embarca em uma louca missão para resgatar a terra que é sua por
direito, Bebbamburg, porém ainda não é a hora de voltar para casa. Após um
ataque frustrado Uhtred percebe que as normas do destino mais uma vez o
chamam para bailar no grande salão que é a Inglaterra, e mais uma vez cabe a
Uhtred salvar aqueles que o odeiam e o Deus que ele despreza.
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O que mais gosto nos livros
do Bernard Cornwell é a mistura entre ficção e fantasia. É impossível não
viajar junto com os personagens pelas terras inglesas e lutar lado a lado com
os guerreiros nas paredes de escudos. O autor tem o raro talento de inserir o
leitor na história e toda vez que fecho o livro tenho que me forçar a voltar à
realidade. Ler As Crônicas Saxônicas é como viajar no tempo.
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Acho que 7 livros está se
tornando um pouco demais. Adoro a série e sentirei muita falta de Uhtred
quando esta acabar, mas é visível que alguns pontos do livro ficaram
repetitivos. Tudo indica um final no 8° ou 9° livro e assim espero que seja,
pois corre-se o risco de termos volumes somente com páginas repetitivas e sem
conteúdo. Ainda não é o caso, mas esse sétimo teve algumas coisas que achei
um pouco forçadas para quem acompanha desde o primeiro livro.
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Trechinhos:
“Mas Osbert, meu filo mais
novo, estava atrás de mim, montando um garanhão cinza. Ele tinha 19 anos,
usava cota de malha e levava uma espada a cintura. Agora era um homem, mas eu
pensava nele como um menino. Eu o amedrontava, como meu pai havia me amedrontado.
Algumas mães amolecem os filhos, mas Osbert não tinha mãe e eu o havia criado
com dureza, porque um homem precisa ser duro. O mundo é repleto de inimigos.
Os cristão dizem para amarmos nossos inimigos e darmos a outra face. Os
cristãos são idiotas.”
“- Então, quanto quer pelo
Middelniht?
Nós regateamos, mas Kenric
sabia que tinha o chicote na mão e paguei muito. Eu também precisava de remos
e cabos, mas concordamos com o preço e Kenric cuspiu na mão e a estendeu para
mim. Hesitei, depois a apartei.
- Ele é seu – anunciou ele. –
E que lhe traga fortuna, senhor.
Eu era o dono do middelniht,
um navio construído com madeira cortada no escuro.
Era um comandante de navio
outra vez. E ia para o norte.”
“- Nós venderemos o menino
de volta ao pai e vamos convencer a mãe a ficar conosco. É o que você quer,
não é? – Ele fez que sim, mas não disse nada.
- Você está apaixonado – falei,
e vi que havia deixado Osferth sem graça, mas mesmo assim continuei: - E
estar apaixonado muda tudo. Um homem é capaz de lutar através dos incêndios do
Ragnarok porque está apaixonado; vai se esquecer do mundo inteiro e fazer
coisas insanas pela mulher que ama.
- Eu sei.
- Sabe? Você nunca sentiu
essa loucura antes.
- Eu tenho observado senhor,
e o senhor não está fazendo isso por Wessex ou pela Mércia, mas por minha
irmã.”
“- O Jarl Cnut disse que deveríamos
deixar Ethelred da Mércia dormir.
- Ele não queria começar uma guerra?
- Na época, não. Mas agora?
- Agora vocês podem tratar a ralé saxã como
merece.
- Também já não era sem
tempo senhor.
- Eu sou da ralé saxã –
anunciei. Houve silêncio. Eles não tinham certeza se me escutaram direito.
Afinal de contas viam um homem com cabelos compridos, usando o martelo de
Tor, os braços cheios dos ricos braceletes que os dinarmaqueses usam como
troféus de batalha. Sorri para eles. – Sou da ralé saxã – repeti.”
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Bernard Cornwell |
Conclusão:
Como já disse, Bernard
Cornwell é meu autor favorito. Mais do que recomendo seus livros a qualquer
amante do período medieval, em especial as Crônicas Saxônicas da qual falamos
na resenha e da Trilogia As Crônicas do Rei Arthur. Se gosta deste período da
história humana e acima de tudo gosta de ler um bom livro, então deve começar
a ler os livros deste autor.
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Autor: Bernard
Cornwell
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Livro: O
Guerreiro Pagão (The Pagan Lord)
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Editora:
Record (HarperCollins)
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Ano: 2014 (2013)
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Páginas: 335
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