Unhas
Sinopse:
Uma frase como anúncio, um endereço de caixa postal, um único contato
por celular pré-pago. Pagamento antecipado, três meses de planejamento. Unhas
não oferece garantias que o serviço será executado. Mas seus clientes, em
geral, não têm muito mais a perder, e aceitam sem protestos suas condições.
Apreciador de livros policiais, o matador sabe que as chances de praticar um
crime e se safar são muito maiores na vida real. Até que, com Elisa - mais uma
missão - Unhas vive uma nova experiência. Diante da vítima, sente-se impelido a
falar, fazer considerações e revelações - entre essas, sua dupla identidade.
Aquela missão diferenciava-se de todas as anteriores. Unhas estava convicto de
que faria um favor a Elisa. Numa escrita envolvente, que mantém o suspense e o
interesse por toda a leitura, Paulo Wainberg aprisiona o leitor à narrativa e
só o liberta após o ponto final.
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Unhas foi um livro perturbador de ler. Não somente pelas idéias do
protagonista, que já são pouco convencionais por si próprias, mas por esse se
tratar de um sequestrador, estuprador e assassino profissional que acaba de
pegar mais uma vítima.
Unhas é o apelido adotado por um contador pacato e visto como bom
cidadão quando resolve dar novos rumos a sua vida. Quarentão, casado e pai de
dois filhos, Unhas encontra a oportunidade de mudar que sempre sentiu em seu
âmago quando se depara com o sofrimento de um cidadão comum durante uma viagem.
Neste momento ele oferece a solução mais fácil e prática para acabar com o
problema do homem, o assassinato daquela pessoa que o aflige.
A partir daí Unhas começa a acreditar que tem a sagrada missão de acabar
com todos os males ocasionados por terceiros a outras pessoas, ou em suas
palavras, ele se torna o ‘exterminador de paixões proibidas’. Seus princípios são controversos e ele rapidamente adapta tudo a sua visão sem se importar que
a alguns meses sua verdade absoluta era totalmente diferente dessa.
Durante o decorrer do livro, Unhas vai narrando seus trabalhos a sua
nova vítima, uma jovem que acorada amordaçada e amarrada sem saber o que está
acontecendo.
Os trabalhos de unhas, chocantes devido a sua natureza de assassínio transcendem a percepção do leitor e chocam pela forma natural com a qual
Wainberg os descreve. Incesto, pedofilia, chantagem, adultério, relações que
atraem a atenção por serem horrendas, proibidas, anormais.
Resumidamente o livro é isso. Um assassino narrando sua vida a sua
vítima antes de matá-la. Se espera um romance policial nem comece a ler o
livro, a ideia aqui é chocar e mostrar a hipocrisia e a falta de valores
humanos, uma vez que mutias das viagens de Unhas são verdadeiras no que dizem
respeito a natureza social dos dias de hoje.
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O que mais gostei do livro foi a originalidade. Ver a história pelos
olhos do agressor é sempre interessante mesmo sendo controverso. O personagem é
bem montado e mostra um ser humano
doente mas inteligente, foi construído de forma a tornar verossímil a história
e isso é o que da corpo ao livro. A Personalidade de Unhas é que o está em jogo
e é sobre isso que lemos.
É um pouco mais difícil falar sobre o que não gostei porque não gostei
do livro de uma forma geral. Achei que acaba sem um final condizente ao drama
proporcionado na história. Também é meio chato os monólogos do assassino que
fala sem parar sobre suas maluquices quase sem interação sobre a vítima. Tem
horas que pensava estar lendo um ensaio filosófico ao invés de um romance. E a
história apesar de atrair com sua bizarrice e barbárie, também choca e afasta.
Não acho que seja um livro para qualquer pessoa ler.
"Era
uma pessoa simples que descobriu o verdadeiro significado da vida: desfrutar do
prazer total, sem culpa. Cobrava honorários elevados para dar o toque
profissional. Os clientes não levariam a sério a proposta, caso não mostrasse o
interesse monetário."
"Atormentado
pela paixão? Acabe com ela. Cartas para unhas: caixa postal número.."
“mulheres
lidam muito bem com paixões proibidas. Desfrutam ao máximo, mas, ao primeiro
sinal de que a vida organizada delas está em perigo, renunciam à paixão,
superam o sofrimento (…) e rapidamente se recuperam”
“Quem
defende a ideia de um direito natural à vida? De onde se tirou isso? Cada
nascimento é um acaso”
Autor:
Paulo Wainberg
Livro:
Unhas
Editora:
Leya
Ano:
2010
Páginas:
256
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