Travessia
Antes de começar a leitura desta resenha, sugerimos que já tenha lido o primeiro volume da trilogia (Destino). Se não conhece a história, clique aqui e leia a resenha de Destino, primeiro volume e evite spoilers.
Sinopse:
Em busca de um futuro que
pode não existir e tendo que decidir com quem compartilhá-lo, a jornada de
Cassia às Províncias Exteriores em busca de Ky – levado pela Sociedade para uma
morte certa –, mas descobre que ele escapou, deixando uma série de pistas pelo
caminho. A busca de Cassia a leva a questionar o que é mais importante para
ela, mesmo quando vislumbra um diferente tipo de vida além das fronteiras. Mas,
à medida que Cassia tem certeza sobre o seu futuro com Ky, um convite para uma
rebelião, uma inesperada traição e uma visita surpresa de Xander – que pode ter
a chave para revolta e, ainda, para o coração de Cassia – mudam o jogo mais uma
vez. Nada é como o esperado em relação à Sociedade, onde ilusão e traição fazem
um caminho ainda mais confuso.
Antes de qualquer coisa,
cuidado com spoilers. Por se tratar de uma trilogia não há como resenhar o
livro sem citar fatos que já aconteceram no primeiro volume. Se ainda não leu
Destino, clique aqui e veja a resenha do blog.
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Segundo volume da trilogia distopia
escrita por Ally Condie, travessia vai narrar a continuação da história escrita
em destino, logo após a prisão de Ky. Com a mesma escrita repleta de
poesias e severas criticas ao modelo de
governo já empregado e ainda atual em muitos lugares do mundo, a autora segue a
história de Cássia, Ky e Xander (esse quase não aparece) rumo ao que parece ser
uma rebelião contra o regime da sociedade.
Após a prisão de Ky ele é
enviado as fronteiras da sociedade para supostamente lutar contra o eterno inimigo
da sociedade. Com um pequeno grupo de amigos recém-formados Ky irá descobrir
muitas verdades novas sobre a já odiada sociedade e será obrigado a lutar
somente por sua sobrevivência.
Do outro lado, Cássia decide
ir atrás de seu amor em uma busca quase suicida. Forjando sua própria prisão,
ela é enviada para os mesmos campos de falsa luta onde o extermínio é um fato
certo onde Ky se encontrava. Infelizmente para ela, ele havia fugido dias antes
e se refugiado nos Cânios (Sim, aqueles do colorado) em busca de uma antiga
comunidade que ainda resistia aos avanços da sociedade. Sem desistir, Cássia
segue em frente lutando por sua ida, por seu amor e acima de tudo por seus
ideais, enquanto caminha lentamente para os braços da Insurreição, e
consequentemente da revolução.
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O que mais gostei nesse
livro foi à continuação do contexto político e social na história. A autor
explora muito bem o universo que criou e é muito coerente ao elaborar as
opiniões dos personagens com relação ao tema. Além isso o romance, apesar da
busca desenfreada, está longe de ser daqueles melosos, o que dá mais senso de realidade
ao livro.
O ponto negativo para mim
foi a ausência de Xander. Sempre achei ele
personagem mais forte da história mas no segundo livro ele é deixado
totalmente de lado e mal é citado após o comecinho do livro. Não faço parte de
nenhum team Xander, mesmo porque com quem a Cássia fica para mim já foi
decidido assim que a cara de Ky aparece na tela, mas acho que Xander é muito
mais do que parece, ou ao menos poderia ser.
Não dá para se estender
muito sem acabar contando partes do livro e não quero estragar a alegria de
ninguém. Só posso dizer que, se gostou do primeiro livro com certeza vai gostar
do segundo pois, apesar de mudar a forma de escrever – agora a história é
contada do ponto de vista de Ky e Cássia – o livro segue a mesma pegada e
prende o leitor até o final.
Trechinhos:
“Porque no fim nem sempre dá
para escolher com que coisas podemos ficar. Só podemos escolher como as
deixamos ir embora.”
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“Xander sorri, e na
expressão dele eu vejo surpresa e esperteza e alegria, tudo misturado. Eu surpreendi
Xander – e a mim mesma. Eu o amo de um jeito que talvez seja muito mais
complicado do que eu pensava.”
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“- Você está amolecendo –
Vick diz, por fim, - E isso pode te matar. Pode fazer com que você nunca mais
veja essa menina.
- Se eu não cuidar dele –
alego -, eu seia alguém que ela não reconheceria, mesmo que me visse de novo.”
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“O sol se pôs e fez tudo
ficar dourado: ponte, edifícios, pessoas, inclusive a mim. Eu mal podia
acreditar que o lugar fosse real, embora tivesse ouvido falar nele por anos a
fio. Mais tarde, quando os agricultores de lá me ensinaram a escrever, tive
aquela mesma sensação. Como se o sol estivesse sempre brilhando às minhas
costas.”
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“Olhando para Ky e Eli e
Hunter, penso em quantos machucados invisíveis são possíveis. Feridas saturadas
no nosso coração, no nosso cérebro, nos nossos ossos. Como é possível que ainda
ficamos e pé?, eu me pergunto. O que será que nos mantém vivos?”
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“... Mas o amor faz você
olhar, olhar e olhar de novo. Você repara nas costas das mãos, no jeito de
virar a cabeça, na maneira de andar. Quando você ama pela primeira vez, fica
cega e vê apenas o glorioso e amado todo, ou a bela soma de todas as partes
bonitas.”
Conclusão:
Concordo com a crítica. Essa
trilogia é tão boa quanto jogos vorazes e tão bem escrita quanto. Ainda falta
falar sobre o terceiro e último livro mas por enquanto mais do que indico essa
fantástica história de um mundo não tão distante como o quanto gostamos de
imaginar.
Autor: Ally Condie
Livro: Travessia (Crossed).
Páginas: 273
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