O Lado Bom da Vida
Sinopse:
Pat Peoples, um ex-professor de história na casa dos 30
anos, acaba de sair de uma instituição psiquiátrica. Convencido de que passou
apenas alguns meses naquele “lugar ruim”, Pat não se lembra do que o fez ir
para lá. O que sabe é que Nikki, sua esposa, quis que ficassem um "tempo
separados".
Tentando recompor o quebra-cabeças de sua memória, agora
repleta de lapsos, ele ainda precisa enfrentar uma realidade que não parece
muito promissora. Com seu pai se recusando a falar com ele, sua esposa
negando-se a aceitar revê-lo e seus amigos evitando comentar o que aconteceu
antes de sua internação, Pat, agora um viciado em exercícios físicos, está
determinado a reorganizar as coisas e reconquistar sua mulher, porque acredita
em finais felizes e no lado bom da vida.
À medida que seu passado aos poucos ressurge em sua
memória, Pat começa a entender que "é melhor ser gentil que ter
razão" e faz dessa convicção sua meta. Tendo a seu lado o excêntrico (mas
competente) psiquiatra Dr. Patel e Tiffany, a irmã viúva de seu melhor amigo,
Pat descobrirá que nem todos os finais são felizes, mas que sempre vale a pena
tentar mais uma vez.
Um livro comovente sobre um homem que acredita na
felicidade, no amor e na esperança.
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Primeira coisa que precisa saber sobre o livro é que ele é
triste. Não porque o final é triste, o que muitas vezes acaba acarretando em
boas histórias, mas porque a história toda é triste. Com bastante carga
psicológica no livro, o autor narra a saga de um homem que acaba de sair de um
centro psiquiátrico e começa a sua recuperação. E que recuperação estranha e
conflitante. Ficamos muitas vezes sem entender direito o que está acontecendo e
o porque das coisas, pois só iremos descobrir o real motivo da internação do
protagonista e de seus distúrbios no final do livro.
Para piorar, ele insere uma outra protagonista tão
complexa e confusa quanto o primeiro o que deixa a história ainda mais complexa
e difícil de entender. A única coisa que você sabe no livro todo é que o cara
passou por alguma coisa muito ruim envolvendo a ex/atual esposa dele, ficou internado
por muito tempo e criou a ideia de que em breve vai reencontrar a esposa e para
isso ele só precisa ser uma pessoa
melhor e viver a vida vendo o lado bom das coisas.
Não entendam mal, não estou dizendo que o livro é ruim,
mas isso que descrevi é a sensação que muitas pessoas irão ter se não entenderem
muita coisa de distúrbios psicológicos. Se esse for o caso as situação irão parecer
algumas vezes absurdas ou forçadas mas na verdade não são, são fatos que
acontecem com pessoas reais, vivendo suas vidas reais. E isso é o ponto forte
do livro. Ele não trás somente uma história confusa que termina num lindo
romance que corrige tudo, pelo contrário, ele mostra até onde uma pessoa que
passa por um trauma pode chegar, que tipo de coisas podem desencadear as vezes
sua total destruição e como essas pessoas podem de repente reagir e começar a
reviver e se redescobrir. Tudo isso sem clichês nem heróis.
Utilizando exemplos bem simples de coisas que podem
ajudar, como por exemplo a paixão por um esporte (no caso o futebol americano)
e a amizade e carinho de um irmão, o autor narra a saga de Pat Peoples que
acaba de sair de um longo período de internação em um hospital psiquiátrico. Os
motivos que o levaram até lá são um segredo guardado por toda a família, pois
Pat não se lembra do que ocorreu e tem crises horríveis sempre que é
confrontado com a ideia. A única coisa que ele deseja é voltar para a esposa e
se tornar uma pessoa melhor, pois acredita que é muito ruim e que precisa
sempre melhorar dia após dias. Por isso desenvolve uma fixação doentia por
fisiocultorismo, o que os psicólogos podem descrever como ancora, pois é ai que
ele se agarra e descarrega seus problemas, sempre nos exercícios físicos.
O apoio familiar a forma como ele é reinserido na
sociedade, assim como sua relação com o seu terapeuta são tratados de forma
muito simples mas facilmente identificável. Quem nunca esteve mal por alguma
razão e apelou para seu time do coração ou o filme preferido para distrair e se
sentir parte de si mesmo? E é basicamente isso que começa a ajudar Pat a se
reencontrar.
Não vi o filme, dizem que é um dos casos onde o filme é
mais legal do que o livro e posso acreditar que seja. A ideia por trás do livro
é muito boa e a trama é bem feita. Mas tem momentos em que o autor parece ter
tido preguiça de escrever ou então seu editor passou a faca no texto pois muitas
passagens são mal exploradas. Ao chegar ao fim do livro chagamos ao cumulo de
duas linhas por capitulo e em vários capítulos o que foi um pouco
decepcionante. Mas mesmo assim é um livro gostoso de ler e que recomendo. Não
esperem nada de fantástico. É um daqueles livros que conta uma história, como
se uma tia estivesse narrando com muitos detalhes a história de um parente, ou
melhor ainda, sua própria história, pois toda a trama é em primeira pessoa.
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Pontos positivos:
- Os personagens são reais, parecem pessoas reais.
- Leitura simples.
- Cativante na maior parte do tempo.
- Consegue prender o leitor que quer saber o final.
- Bom custo beneficio.
Pontos negativos:
- Pode ficar confuso as vezes.
- Tem passagens que passam sem acrescentar nada.
- Decepciona se pensarmos em toda propagando ao redor.
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Trechinhos:
“...Temos indianos em nossa tenda e eles têm caras
brancos em seus campos de Kubb -, e penso que, para que pessoas diferentes se
entendam bem, basta o interesse comum por um time e algumas cervejas..”
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“Ele não merecia morrer, e sua morte é a prova cabal de
que a vida é escrota, aleatória e arbitrária, até que se encontre alguém que
faça tudo isso fazer sentido, mesmo que apenas temporariamente”
Conclusão:
Esperava mais do livro mas gostei. Principalmente do fato
de mostrar uma recuperação psicológica sem focar em um super terapeuta ou
grandes sacadas psiquiátricas. Recomendo como leitura para passar o tempo.
Autor: Matthew Quick
Livro: O Lado Bom da Vida (Silver Linings).
Editora: intrinseca (Farrar, Straus and Giroux).
Ano: 2012 (2008).
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